Endocardite infeccisosa tratamento e causas

A endocardite, como o próprio nome sugere, é uma infecção no endocárdio, que é a membrana que reveste as superfícies internas do coração.

Pessoas com certas doenças cardíacas preexistentes correm maior risco de desenvolver endocardite, e também, alguns procedimentos odontológicos e cirúrgicos aumentam o risco de endocardite, isso porque as bactérias podem atingir a corrente sanguínea.

A endocardite, no entanto, é incomum em pessoas com coração saudável, e, geralmente, ela acontece quando uma bactéria ou germes de outra parte do corpo, como os da boca, se espalham pelo sistema sanguíneo se ligando a áreas afetadas do coração.

Porém, vale saber que, se a doença for causada por um agente infeccioso, é chamada de endocardite infecciosa; se for causado por uma bactéria, é conhecida como endocardite bacteriana.

Ém todo caso, é preciso ter em mente que sem um tratamento médico, a infecção pode prejudicar gravemente ou até mesmo destruir as válvulas cardíacas. 

Como já foi dito, bactérias da boca, próprias de alguns procedimentos odontológicos e cirúrgicos, aumentam o risco de endocardite porque as bactérias podem ser introduzidas na corrente sanguínea, por isso, é preciso uma conscientização maior nesse aspecto, mostrando a importância dos cuidados com a saúde e higiene bucal.

Muita gente não sabe, mas a endocardite possui um alto risco de morbidade e mortalidade, na verdade, os números são alarmantes, já que depois da sepse urológica, pneumonia e sepse intra-abdominal é a síndrome infecciosa mais fatal hoje em dia, apresentando a incidência de 15.000 a 20.000 casos novos ao ano.

É importante saber que seu prognóstico depende de um diagnóstico rápido, tratamento efetivo e um pronto reconhecimento de suas complicações.

Causas da endocardite

Geralmente, quando os germes entram na corrente sanguínea, vão até o coração e se ligam às válvulas ou no tecido, o paciente já tinha alguma condição pré-existente. Ou seja, na maioria das vezes, o que causou a doença pode ter entrado na corrente sanguínea das seguintes formas:

  • Através de cateteres ou agulhas;

  • Através de áreas com infecções (pele, intestino, etc);

  • Procedimentos dentais, por exemplo, os que causam cortes nas gengivas.

  • Atividades como escovar os dentes ou mastigar alimentos, especialmente se os dentes e gengivas não estiverem saudáveis, através de abscessos ou cortes nos dentes.

Mas, contudo, essas bactérias, por mais que cheguem ao coração, não significa que causarão a infecção, porém, quem já tem alguma doença ou problema no coração está mais suscetível a alojar a bactéria ou fungo causador.

São quatro os fatores que colaboram para que os agentes infecciosos afetem as válvulas cardíacas:

Administração de drogas intravenosas

Os hospitais prezam pelo capricho e limpeza, justamente, já que ao administrar medicamentos por via intravenosa (IV), há um perigo enorme das bactérias atingirem a corrente sanguínea.

Já, com certeza, esses cuidados inexistem entre as pessoas que fazem uso de drogas por via intravenosa, como a heroína e a cocaína. Como há a falta de higiene, as bactérias são facilmente lançadas para a circulação sanguínea.

Válvulas cardíacas artificiais

Pessoas que precisaram substituir as válvulas naturais por artificiais, principalmente no primeiro ano após a troca dessas válvulas, são mais propensas a desenvolverem a endocardite.

Doença valvar prévia

inflação-nas-arterias-do-coraçãoTambém são pacientes com alto risco de endocardite aquelas pessoas com lesões das válvulas cardíacas, tanto de nascença como adquiridas. No caso de doença adquirida, pode ter ocorrido através da febre reumática, por exemplo.

Mas, outros fatores também podem causar a endocardite, tais como:

  • Defeitos congênitos,

  • Estenose aórtica ou mitral,

  • Coarctação de aorta

  • Defeitos no septo ventricular,

  • Tetralogia de Fallot

  • Prolapso da válvula mitral (se vier acompanhado de insuficiência mitral, pode se tornar um fator de risco).

Endocardite de Libman-Sacks

Muito rara, esse tipo de endocardite, de Libman-Sacks, não é causada por germes nem bactérias, mas sim, através de outra doença chamada Lúpus Eritematoso Sistêmico.

Fatores de risco

Pessoas com defeitos congênitos, problemas nas válvulas cardíacas, válvulas artificiais no coração e outros problemas cardíacos, além de, também, problemas nas gengivas ou dentes, são mais propensos a terem endocardite.

Sintomas da Endocardite

Os sintomas da endocardite, geralmente, mudam de acordo com o grau da doença ou no caso de já existir algum problema cardíaco anterior à infecção. Dentre os sintomas, os mais comuns são:

  • Cansaço;

  • Palidez;

  • Tosse persistente;

  • Respiração curta;

  • Sopro no coração;

  • Dor nos músculos e articulações;

  • Sangue na urina;

  • Perda de apetite;

  • Suor nas pernas, abdômen ou pés;

  • Febre e calafrios;

  • Perda de peso não-intencional.

Diagnóstico de endocardite

dopler-do-coraçãoEmbora o cardiologista seja o médico mais indicado para tratar esse problema, qualquer médico pode identificar o problema com o estetoscópio, ao escutar algum sinal de sopro no coração ou alguma outra mudança.

É importante já chegar ao consultório com todas as informações possíveis para, justamente, facilitar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível.

Geralmente, para identificar o tipo de bactéria que está provocando a endocardite, o médico costuma pedir exames adicionais, tais como:

  • Ecocardiograma transesofágico;

  • Eletrocardiograma;

  • Exames de sangue;

  • Raio-x do tórax;

  • Ressonância magnética;

  • Tomografia computadorizada.

Tratamento para Endocardite

Como já foi dito, o tratamento a ser seguido vai variar da gravidade da endocardite mas, no geral, costuma durar de quatro a seis semanas, sendo usado antibióticos que, na maioria das vezes, são intravenosos.

Mas, dependendo da gravidade da endocardite, pode ser necessário realizar uma cirurgia, principalmente, se a válvula já estiver muito danificada.

Os antibióticos mais utilizados no tratamento da doença são:

  • Bepeben;

  • Amoxicilina;

  • Eritromicina.

Vale lembrar que se automedicar é perigoso e pode, até mesmo, ser fatal. É fundamental só tomar remédios com indicação de um médico, só um profissional saberá avaliar cada caso e indicar o melhor tratamento.

É importante que seja feito um tratamento adequado, até porque, embora a endocardite seja suscetível de trazer problemas à saúde, assim que iniciado o tratamento correto e o mais rapidamente possível, os efeitos costumam ser positivos.

Vale reiterar a importância de NUNCA se automedicar ou interromper o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá indicar o medicamento correto, dosagem e duração do tratamento mais indicado para o seu caso.

Complicações da endocardite

Como já foi visto, a endocardite precisa ser devidamente tratada, pois pode trazer vários problemas graves ao paciente, tais como:

  • Danos em outros órgãos ou tecidos;

  • Infarto;

  • Infecção em outras partes do corpo, como rins, cérebro, fígado ou baço;

  • Insuficiência cardíaca.

Lembrando que, no caso de endocardite bacteriana, se ela não for tratada a tempo, provavelmente, irá destruir a válvula cardíaca, levando o paciente ao óbito. Caso não aconteça o óbito, outros problemas de saúde podem surgir, são eles:

  • AVC;

  • Embolia pulmonar;

  • Glomerulonefrite;

  • Infarto renal;

  • Isquemia dos membros.

Como conviver com o problema

diagnostico-da-endocarditeEmbora a endocardite se não for devidamente tratada, ou identificada a tempo, dependendo do caso possa até levar à óbito, no geral, realizando o tratamento, o paciente consegue viver bem, embora precise dar uma atenção maior à higiene bucal e, também, cuidar mais do coração, evitando o aparecimento de outros problemas.

Prevenção da endocardite

Então, para evitar o problema, a dica é manter uma boa higiene bucal e consultar regularmente o dentista. Principalmente, é preciso muita atenção ao processo de cicatrização de tatuagens e piercings, justamente, para evitar, assim, que ocorram infecções que possam trazer problemas de pele, e cortes.

Lembrando, também, que se esses problemas ocorrerem, é fundamental procurar um médico assim que possível, para que indique os antibióticos adequados para cada caso, evitando que o problema chegue ao coração.

Sem dúvida, a endocardite é uma inflamação que merece toda atenção e necessita de cuidados especiais. Por isso, ao perceber qualquer um dos sintomas citados nesse artigo, procure um médico imediatamente para que, se confirmado, seja feito o tratamento adequado o mais rapidamente possível.